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A “Fé” de Mário Macilau em exposição na Fundação Fernando Leite Couto

A “Fé” de Mário Macilau em exposição na Fundação Fernando Leite Couto




Simples e claro: Fé. Este é o título da nova exposição de Mário Macilau, inaugurada na última quarta-feira, na Fundação Fernando Leite Couto, cidade de Maputo.
A individual de um dos fotógrafos mais importantes da actualidade moçambicana foi apresentada por Mia Couto, quem defende que, na verdade, a mostra com nove peças não se refere à fé no sentido estrito religioso, mas na relação das pessoas e do corpo com o mundo visível. Segundo entende o escritor, há na individual de Mário Macilau um diálogo que o artista consegue estabelecer ao fotografar a pele, as mãos e o corpo como uma espécie de continuidade com aquilo que são os grãos de areia, a lama ou a farinha.
Em virtude disso: “Nesta exposição parece que há uma espécie de relação como que se tivéssemos sido feitos todos dos mesmos materiais.
O que quero dizer, na verdade, é que não se olhe esta individual como uma reportagem sobre uma crença religiosa. Esta exposição é sobre nós todos que somos de Moçambique”, afirmou Mia Couto, autor que acompanha, até ao nível mais pessoal, a fotografia de Macilau desde o início da carreira. Inclusive, o autor Prémio Camões 2013 fez um texto para o trabalho do fotógrafo.
A individual de Mário Macilau é uma continuidade de um trabalho que o fotógrafo iniciou por volta de 2010, o qual centra-se nas práticas tradicionais e religiosas em Moçambique, considerando a forma como a comunidade adapta-se e insere-se nessas mesmas práticas. Todo o projecto, concluído em partes, inclui fotografias feitas do Norte ao Sul do país. E o fotógrafo esclarece: “quando terminei a primeira fase deste projecto que iniciei em 2010, decidi avançar para um segundo momento, no qual centro-me mais nos espaços públicos, nas crianças, nos pescadores e na relação das pessoas que frequentam as praias. Esta exposição é uma forma de preservarmos a nossa cultura”.
Na galaria da Fundação Fernando Leite Couto, a individual de Mário Macilau, que inclui um texto de José Eduardo Agualusa, estará exposta até 31 deste mês.

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